Deborah HyvääFairy - 20 - SP

Designer, porém adoraria trabalhar somente com ilustrações. Wiccan há quase 3 anos. Ama natureza, magia, fantasia e tudo que a fizer sonhar.

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terça-feira, 12 de outubro de 2010 / ;; Anestesia.


Ninguém além do travesseiro sabe a frequencia com que isso acontece. Ela não aguenta mais. Ja foram todas as fronhas, cada uma com uma história diferente, porém na maioria das vezes pelo mesmo motivo. Se é que você pode chamar uma pessoa de motivo.
Ficam tantos pensamentos embaralhados e ela quer tanto que seja a última vez que se sinta assim. Sabe aquela história de que se você realmente gosta, realmente dói? Não é só se for algo idealizado. Não é só se tudo chega ao fim. As vezes nem é preciso um ato errado. As vezes é uma palavra mal colocada. Qualquer coisa.
Ela sentia vontade de entrar em uma caixinha. Ou de mandar o coração em seu lugar, fechar, colar e jogar bem longe. Isso acontecia quando ela dormia. Dormia pensando em tudo, e lá se ia mais uma fronha. Era tão silenciosa, ninguém ouvia, ninguém sabia... ninguém sentia.
Durante os dias, isso permanecia dentro. La no fundinho. Bem socadinho pra não aparecer entre seus dentes enquanto sorria. Era o "motivo" que não deixava tudo aparecer. Mas se o motivo fizesse outra vez... tudo saia, tudo aparecia e era como um cano de água estourado jorrando.
Sorria porque diziam que era bom. É claro que ela sabia que era bom. Ja sorriu porque quis muitas vezes. Mas é a maioria que conta, não é?
Um estado de desespero, seguido de fraqueza, mal estar, e sono. No outro dia ela acordava -xingando tanto o despertador, quanto o dia da semana- e se lembrava do que passou por causa do pobre travesseiro, que ainda não havia secado completamente.
Lembrava de sorrir outra vez, e responder sim quando perguntassem "tudo bem?".
A cada dia a dose da anestesia mental que ela teóricamente injetava, necessitava de um aumento. Anestesia que algumas vezes nem efeito mais fazia.

E então, ela fechou as páginas de seu diário e parou de escrever sobre si mesma na terceira pessoa. Estava esgotada de escrever sobre suas dores. Ninguém realmente queria saber, e ela tinha medo.
Levantou, guardou o diário na última gaveta de seu armário, deitou, virou, se cobriu e tentou dormir.
Dormir é a melhor anestesia.

☾ → Posted by Deborah HyvääFairy.

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