Ela costumava sair sempre que precisava por a cabeça no lugar. Não era para festas, shows, nem lugares movimentados. Isso ela deixava para quando tudo estava bom o suficiente.

O problema era que ultimamente ela andava sufocada. Era algo inexplicável até mesmo para ela.

Naquela rua não passava uma só pessoa que pudesse entende-la. Aquela mulher morena parecia com pressa. Aquela senhora, apesar do ar puro e do sorriso aproximador, parecia cansada demais para ouvir histórias e problemas. O moço feliz demais; sem contar que era visível seus interesses passando longe de tantos sentimentos dentro daquela garota. As crianças... incapazes demais. As outras garotas... alienadas demais.

Ela começava a se culpar profundamente. Se não há ninguém no mundo capaz de entende-la, era algo realmente preocupante. Não saber a causa de tanto desconforto, se era o vazio dos dias, ou o medo de dias vazios.

Voltava então para a casa com a única conclusão que pode tirar naquele momento. Passam milhares de pessoas por você. Você é uma das milhares que ja passaram por alguém. Ninguém sente a sua dor, sua felicidade, seu coração. Você não sente a dor, a felicidade e o coração de ninguém que passa.

Aos desconhecidos e os pseudo-conhecidos, um sorriso é o bastante para se acreditar que está tudo bem. Falsas aparências e abraços frios.

Então é disso que o mundo é feito?

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